O setor de tecnologia da informação (TI), software e inovação foi um dos que ganhou com a crise e começa a se preparar para a retomada de fusões e aquisições. "O mercado de tecnologia é um mercado em crescimento acelerado, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Foi fortemente beneficiado pela crise, já que as pessoas e as empresas passaram a utilizar mais a tecnologia nas suas atividades", afirma Leonardo Dell'Oso, sócio da consultoria PwC Brasil.
Segundo Dell'Oso, o momento é favorável para o setor e para outros que ganharam com a crise, como farmacêutico, logística, varejo eletrônico, alimentação e agronegócio. "Estão se aproveitando do momento para crescer por aquisições".
O setor de tecnologia da informação somou 172 transações no ano, com crescimento de 26% em relação a 2019, segundo estudo da PwC. Serviços auxiliares (40) e públicos (28), completam o pódio. O último recuou 36% em 1 ano.
De acordo com Dell'Oso, novos negócios e empresas startups são criados diariamente e tornam-se alvo de investidores que buscam possibilidades de altos ganhos em curto espaço de tempo. "A taxa de mortalidade das startups de tecnologia é alta, assim como o risco para o investidor, mas se uma dessas empresas prospera, o potencial de crescimento e de retorno do investimento é bastante alto", afirma.
Serviços mais procurados alavancaram o setor
Para Fábio Veras, presidente do Sindicato da Indústria de Software e de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Sindinfor), principal entidade representativa do setor no estado, os números superaram as expectativas. Segundo ele, mesmo com uma pequena queda no volume de negócios frente aos números do ano passado, determinados aumentaram seus negócios além do normal, o que alavancou o setor de modo geral. “Muitas negociações foram postergadas até que o cenário se mostrasse mais claro para os empreendedores, private equities e mercado”, destaca.
No entanto, os negócios referentes a healthtechs (soluções para saúde) e telecom durante o período, por terem sido serviços amplamente necessitados durante a pandemia, registraram aumento de 7%. Os dados são do boletim Transactional Track Record (TTR).
“Em nosso entendimento, o momento é de preparação das empresas de tecnologia para uma retomada das transações de fusões e aquisições no 4º trimestre de 2020, visto que os principais efeitos da Covid-19 já foram precificados e avaliados pelos compradores”, afirma o presidente do Sindinfor. “Também há uma grande liquidez nos mercados nacional e internacional, o que pressiona quanto à necessidade de fazer os aportes de novos investimentos no setor nos próximos meses e início de 2021”, finaliza.